Publicada em outubro de 1993 no jornalzinho impresso que a Dragões tinha nos anos 1990, a entrevista com o Mestre Telê Santana foi feita dois meses antes do título Mundial no Japão. Inclusive a imagem mostra Telê com o boné da Dragões, modelo de 1993.
Considerado um dos melhores técnicos do futebol brasileiro, Telê Santana administra de forma espetacular o time do SPFC, que vem através destas mãos adquirindo taças até então não conseguidas pelo clube. Realmente, este é um técnico que nós, da verdadeira torcida tricolor, não esqueceremos pelo que ele vem fazendo pelo clube. Inovação, seu nome é Telê.
Dragões da Real – Seu nome e idade?
Telê Santana – Telê Santana da Silva, 62 anos.
Qual o seu clube e ídolo de infância?
Meu clube é o Fluminense e alguns de meus ídolos eram Castilho, Ademir e Orlando, entre outros.
Analise por favor o futebol brasileiro e atual Seleção.
O futebol brasileiro melhorou muito de três anos para cá, novos talentos surgiram e o futebol teve uma grande ascensão. Com relação à Seleção, acredito que se possa montar uma boa Seleção, pois o Brasilpossui um excelente elenco de jogadores. Só é preciso que haja um trabalho correto.
Você aceitaria um convite para dirigir a Seleção Brasileira?
Não, porque o desgaste é muito grande e você cria muitas inimizades.
O que você acha de ser considerado o melhor técnico do mundo?
Eu não tenho essa pretensão, por isso, não me considero o melhor do mundo.
O que lhe trouxe ao SPFC?
Foi o meu amigo Carlos Caboclo, na época, diretor de marketing. Eu já estava até pensando em parar com o futebol, mas com muita insistência por parte do SPFC, acabei aceitando o convite. Vim para o SPFC sem sequer acertar o contrato e muito menos sabendo quanto iria ganhar, pois isso não me interessava. O que importava era ajudar o SPFC, que na época não estava bem [N. do E.: em 1990], e colocá-lo no nível em que ele se encontra hoje.
Durante o período em que você está no SPFC, o clube conquistou vários títulos importantes. A que se deve isso?
Principalmente ao trabalho que é feito por todos aqui, pois o clube possui uma grande estrutura, além de poder contar sempre com um bom elenco e a ajuda da torcida.
O que você acha que a torcida representa para o time?
É quase tudo, um time sem torcida não é nada, pois ela dá força aos jogadores. A torcida é muito importante.
E a Dragões da Real, o que você acha do nosso desempenho na arquibancada?
É uma torcida que nos incentiva muito, por isso é sempre bem vista acompanhando o SPFC, ela nos ajuda bastante.
O time sofreu várias mudanças, agora parece estar se acertando. O que você acha do atual elenco?
O elenco é bom, o problema é que quando existe a troca de jogadores, muda-se tudo. Com isso, o trabalho começa de novo. Mas, apesar das mudanças, o time vem melhorando muito.
Quais seus planos para o futebol e para o SPFC?
Eu não tenho planos para o futuro. Às vezes desanimo um pouco, mas logo vem o entusiasmo para prosseguir com o trabalho. Poranto, não tenho nada definido.
O que você pensa em relação ao jogo em Tóquio, contra o Milan, dia 13 de dezembro [de 1993]? Seria um tira-teima pra ver quem realmente é o melhor do mundo?
Não, porque é apenas um jogo e ninguém pode provar nada em apenas um jogo. Para se dizer quem é o melhor, não vai ser em um jogo, pois cada partida é uma história. Mas vamos fazer de tudo para conquistar mais este campeonato e com certeza vai ser um bom jogo.
Você teria algum recado para a torcida?
Que ela continue incentivando sempre o time, principalmente nos momentos em que ele mais precisar.