Rogério Ceni não assume a culpa pelos seus erros: ‘O que posso fazer?’
No duelo que fechou a 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras conseguiu uma virada incrível nesta segunda-feira e venceu o São Paulo por 2 a 1 no Morumbi.
O São Paulo fez o seu gol com Patrick, aos 17 minutos do primeiro tempo, mas o Palmeiras empatou com um gol de cabeça de Gustavo Gómez aos 45 minutos do segundo. E aos 51 minutos, Murilo virou para o time alviverde.
Após a partida, Rogério Ceni apareceu inconformado para a coletiva de imprensa, que ele mesmo assumiu que não queria fazer parte. “Venho para a entrevista porque tenho que vir até aqui, pra não ficar uma situação chata. Se dependesse de mim, nem viria. Não por causa de vocês, mas pela situação.”
Ceni ainda ressaltou que da parte dele, as situações do jogo, principalmente os dois gols do Palmeiras de bola parada, foram treinadas.
“Um jogo bem planejado, bem jogado, tem momentos contra o Palmeiras que você tem que se defender, como fizemos. No momento que escolhemos ter o time mais alto possível porque achávamos que eles poderiam jogar bolas na área, foi o momento que tomamos os dois gols. O que eu vou explicar pra você? O jogo foi todo traçado da maneira correta dentro das possibilidades que nós temos. No minuto 89, entra mais um homem para fazer o 3º zagueiro, que já tá acostumado. Léo Pelé como ala para fazer o fechamento das bolas justamente cruzadas. Igor e Pablo era o que nós tínhamos de volante para terminar o jogo. Neves saiu por causa do cartão. Igor já com cartão também tínhamos que fazer a troca, um risco muito grande. Jogamos um jogo taticamente bem feito”, analisou.
“A bola parada eu não consigo controlar. E é uma coisa muito de dentro do campo, ser proativo e tentar cortar essas bolas. Teu treinador não é burro, não, ele faz as coisas corretas. Estavam os melhores cabeceadores preparados pra jogada em que os gols aconteceram, nas bolas cruzadas”, disse Ceni.
O técnico ainda falou sobre as vaias e os gritos de “time sem vergonha” ao apito final.
“A vaia se dá à frustração de como terminou. Se acaba 1 a 0, sem aquelas duas bolas nos acréscimos, o torcedor ia estar felicíssimo indo para casa. Vaiar é o mínimo de direito que ele tem. Agora, é muito pelo impulso. Ninguém se conforma. Você acha que eu vou embora conformado? Você acha que eu vou dormir? Você acha que em algum momento queríamos sofrer dois gols de bola parada, das quais passamos mais de metade do treino só nisso e neutralizamos eles quase o jogo todo? E nos acréscimos a gente toma dois gols de bola parada. Que jogada eles tiveram? Por mais posse que o Palmeiras tenha tido, foi na bola parada. Infelizmente, também vou triste para casa. Vou chateado. A maneira de se defender foi correta. Não tenho o que dizer para você, qualquer coisa que eu diga não vai valer. Estou inconformado de como tudo aconteceu. Amanhã tenho que trabalhar e tentar refazer tudo de novo. Que que eu posso fazer?”
“Não falei com os jogadores. Eu fiquei no meu vestiário, os jogadores rezaram, só rezaram. Não tinha clima para nada. Agora, vamos para casa e esfriar a cabeça. Tem dias que é melhor não falar. Consigo nem falar com vocês, vou falar o que para eles? Amanhã a gente vê com mais calma, faz uma análise mais fria”, completou.
O São Paulo volta a jogar na quinta-feira (23), novamente no Morumbi e contra o Palmeiras, mas desta vez pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Na maratona de partidas, Ceni deixou a decisão de poupar jogadores ou não em algum momento para a diretoria.
“Eu não sei no físico quem vai trabalhar na quinta-feira… O grupo todo que nós temos estava aí hoje. É uma escolha, a direção tem que escolher. Quer arriscar tudo na quinta-feira contra o Palmeiras? Arriscamos tudo, pode perder jogador por lesão. E vai estar cansado contra o Juventude no domingo (26), é jogo de três em três dias, não tem muito segredo. Tem que fazer escolhas, o que a direção topar… Não depende só de mim, pode ter certeza.”
Fonte: ESPN