Conselheiros fazem abaixo-assinado por renúncia de Casares

Nesta manhã de sexta-feira (28), um dia depois de o São Paulo ser goleado pelo Fluminense por 6 a 0 no Maracanã, conselheiros da oposição lançaram um abaixo-assinado pedindo a renúncia do presidente do clube, Julio Casares.

A expectativa é que, além dos pouco mais de 50 conselheiros da oposição, o documento atraia um número considerável de pessoas da situação, que está rachada.

O grupo político de Carlos Belmonte, com cerca de 40 pessoas, pode abraçar o movimento, uma vez que o diretor de futebol está em rota de colisão com Casares e nem tem ido a alguns jogos, coisa que aconteceu na humilhante derrota sofrida no Rio de Janeiro, a maior goleada do Fluminense sobre o São Paulo em toda a história, um placar que poderia ter sido ainda maior não fossem as chances desperdiçadas pelo time carioca.

Casares ainda tem mais um ano de mandato e não poderá ser reeleito. Ele vem trabalhando internamente para que seu sucessor seja Marcio Carlomagno, superintendente geral do clube que foi colocado nas últimas semanas junto ao departamento de futebol para ganhar poder e status. Vinícius Pinotti, que tem um histórico de pular da situação para a oposição e vice-versa, pode ser lançado como candidato a presidente em uma chapa que teria Marco Aurélio Cunha, nome preferido de muitos na oposição para resgatar o São Paulo, afundado em dívida que já bateu na casa do bilhão.

Em reunião recente da oposição, houve o entendimento de que o clube chegou ao fundo do poço. Um dirigente importante do grupo disse na ocasião: “Já passamos do poço, chegamos na fossa”, fazendo referência à administração atual, que tenta vender parte da base como “salvação” do São Paulo.

Procurado para falar sobre o abaixo-assinado dos conselheiros, Casares ainda não respondeu. Diante dos números assustadores do clube na área financeira mesmo após a criação de um fundo que amenizaria a situação caótica (a diretoria voltou a pedir recentemente mais um empréstimo bancário, esse no valor de R$ 25 milhões), o agito político no São Paulo só aumenta.

Os jogadores estão com dois meses de atraso no pagamento dos direitos de imagem, algo que já virou rotina nesta gestão. Luiz Gustavo, experiente volante que jogou como zagueiro contra o Fluminense devido aos 16 desfalques do time (13 por lesão), desabafou após o vexame no Maracanã cobrando que a direção assuma a responsabilidade e dê a cara neste momento tenebroso do clube.

Rui Costa, diretor do São Paulo que estava no Maracanã, deu entrevista falando que Luiz Gustavo estava de cabeça quente após a derrota e pediu desculpas aos torcedores. Não entrou no mérito dos problemas da atual gestão nem dos atrasos nos pagamentos aos atletas.

Neste ano, o São Paulo vendeu vários jogadores da base por valores que não foram os melhores no mercado. Contra o Fluminense, o técnico Crespo não conseguiu nem encher seu banco de reservas devido aos inúmeros jogadores impossibilitados de jogar.

Casares não tem ido a jogos do São Paulo, supostamente por problemas médicos. Mas ele tem ido a eventos, como a Fórmula 1 em Interlagos, e chegou a dar palestra em evento da CBF nos últimos dias para falar sobre gestão dos clubes de futebol. Outra crítica recente dos são-paulinos ao presidente é que, no momento mais agudo da temporada, o clube está mandando jogos fora do Morumbis.

Há quem diga que o duelo contra o Internacional na próxima semana será na Vila Belmiro para que não aconteçam protestos fortes contra Casares no estádio são-paulino, algo que já estava sendo preparado por torcedores, organizados e comuns.

Fonte: ESPN