Presidente do Conselho envia caso de camarote para Comissão de Ética
O presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo, Olten Ayres, encaminhou na manhã desta quarta-feira à Comissão de Ética do clube o caso de exploração clandestina de camarote do Morumbis em shows, revelado pelo ge.
Em entrevista por telefone, Olten disse que anexou ao documento a informação de que foram abertas sindicâncias, uma interna e outra externa, para apurar o caso e sugeriu que a Comissão aguarde os resultados.
– Eu pedi o processo de abertura de um procedimento na Comissão de Ética. Anexando a informação do presidente do clube de que ele estabeleceu uma série de sindicâncias. A Comissão pode fazer o que bem entender, mas no meu requerimento eu sugiro que aguarde as sindicâncias. As empresas contratam escritórios externos para que não haja nenhuma influência externa. Eu mesmo representei hoje de manhã cedo junto à Comissão de Ética para que haja essa apuração – disse Olten.
A Comissão de Ética do São Paulo é formada por cinco membros: Antônio Maria Patiño Zorz (presidente), José Edgard Galvão Machado, Luiz Augusto Lia Braga, Marcelo Felipe Nelli Soares e Milton José Neves Junior.
Olten garantiu confiar na imparcialidade dos membros, que fazem parte de grupos políticos que formam a coalizão da situação do São Paulo neste momento.
– Confia-se que todo mundo é imparcial. As pessoas que falam isso (sobre imparcialidade) em rede social não conhecem as pessoas que estão na comissão de ética. Elas são absolutamente imparciais. O presidente é um juiz de direito de primeira linha. Foi juiz do DIPO, que controla toda a polícia de São Paulo. Juiz da primeira zona eleitoral de São Paulo. Tenho total confiança. Sei da imparcialidade e da capacidade técnica que tem para conduzir esse assunto – completou.
Nos últimos dias, o presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo recebeu diversas solicitações de grupos políticos, da situação e da oposição, pedindo que o caso revelado pelo ge fosse encaminhado à Comissão de Ética do clube.
Na última terça-feira à noite, inclusive, o grupo Participação, do presidente Julio Casares, foi o último a protocolar um requerimento pedindo investigação e fazendo uma série de questionamentos ao Conselho Deliberativo.
O São Paulo, na segunda-feira, abriu duas sindicâncias para apurar os acontecimentos. Uma interna, encabeçada pelos departamentos jurídico e de compliance do clube, e outra externa. Os envolvidos serão ouvidos pelas duas.
Em áudios obtidos com exclusividade pelo ge, Douglas e Mara admitem que participaram de um esquema de exploração clandestina de um camarote do Morumbis, pelo menos no show da Shakira, em fevereiro deste ano. E o diretor adjunto de futebol de base, agora licenciado, admite ter ganhado dinheiro com isso.
– E vou repetir uma coisa. Você é uma pessoa que a Mara confiou. Eu só entrei nisso porque a Mara me garantiu que você era de total confiança. Desde o primeiro dia que eu te falava isso. Não podemos fazer coisa errada aqui. Então, teve negócio que você ganhou dinheiro, eu ganhei, todo mundo ganhou. Mas foi feito tudo na confiança. Coisa errada? Errou, tem que comer com farinha. Não tem jeito, querida. Não tem outro jeito. Não tem outro jeito. Não tem.
O Artigo 34 do Estatuto Social do São Paulo prevê penalidades para sócios do clube que cometerem infrações. As punições possíveis são advertência, suspensão, indenização, perda de mandato, inelegibilidade temporária e eliminação. A gravidade da conduta é o que vai definir a punição.
O item Q do Artigo 10 do Regimento Interno do clube diz que “causar dano à imagem do SPFC, em qualquer condição ou no exercício de qualquer cargo pertencente aos poderes do SPFC” é passível de suspensão de 90 a 270 dias. A penalidade pode aumentar em um terço se o associado ocupar algum dos poderes do Tricolor.
Fonte: GE
