Rodriguinho ganha destaque e torna realidade profecia de Ceni
A chegada de Crespo ao São Paulo reergueu o futebol do meio-campista Rodriguinho, que voltou a ter mais oportunidades na equipe depois de altos e baixos. Ao começar como titular contra o Athletico, foi um dos destaques na vitória tricolor por 2 a 1, na última quinta-feira, no Morumbis, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
As lesões de Oscar e Lucas, além da venda de Matheus Alves para o CSKA, da Rússia, ajudaram a abrir caminho para que Rodriguinho tivesse mais chances. Na rodada do último fim de semana do Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense, ele quase marcou um golaço depois de aplicar dois chapéus na mesma jogada e acertar um chute de longa distância.
Em 2025, que ainda está na metade, Rodriguinho já entrou em campo 13 vezes. A temporada em que o meia teve mais espaço no São Paulo foi a de 2023, quando ele jogou 14 partidas e deu uma assistência. Ele já igualou o número de passe para gol e ainda balançou a rede uma vez neste ano, o que só havia acontecido em 2022.
O bom momento de Rodriguinho pode ser surpresa para muitos, mas não para quem acompanha o dia a dia do jovem de 21 anos no CT da Barra Funda. O ge constantemente escuta elogios sobre o desempenho do meio-campista nos treinamentos. Até as últimas semanas, porém, isso não costumava ser traduzido em boas atuações nos jogos.
Quem também era um entusiasta declarado do futebol de Rodriguinho é Rogério Ceni. Atual técnico do Bahia, o ídolo são-paulino rasgou elogios ao jogador e fez uma profecia em 2022, quando era treinador do São Paulo e comandava o meio-campista.
– Rodriguinho é um jogador que vai jogar no São Paulo. Escuta o que eu estou falando para vocês. Ele é talentoso. Está sendo trabalhado. Estreou, depois ficou alguns jogos… Nós trabalhamos bastante com ele. (…) É bom jogador, bom menino. Tem futuro no São Paulo. Acredito muito que deva em breve ter mais oportunidades do que vem tendo. Não tenho do que reclamar. É um garoto que acho que tem um brilhante futuro – disse Ceni, à época.
Entre os elogios de Rogério Ceni e o presente, Rodriguinho demorou a engrenar, porém. Na temporada seguinte, chegou a voltar para as categorias de base, apesar de ter conseguido entrar em campo 14 vezes pelo time profissional. Em 2024, menos espaço ainda. Sob o comando de Thiago Carpini e Zubeldía, só jogou sete partidas – lidou com problemas físicos e com a falta de espaço pela ascensão de outros jogadores.
Esta temporada também não começou fácil para Rodriguinho. Ainda com dificuldades para estar no mesmo ritmo dos companheiros e sem tanto espaço, o meio-campista só havia sido titular uma vez até o jogo contra o Athletico.
Na estreia do Campeonato Paulista, em que o São Paulo entrou em campo apenas com garotos e reservas, já que os titulares estavam nos Estados Unidos para a FC Series, Rodriguinho começou jogando diante do Botafogo. Depois, amargurou seis meses de banco de reservas e poucas oportunidades até a chegada de Crespo.
– Pessoalmente estou muito contente com ele. O importante é não esquecer que fomos nós que o subimos ele quatro anos atrás. (…) Eram garotos e ver a realidade deles agora é algo que me deixa muito contente. Eles merecem, são boas pessoas e atletas – disse Crespo na última quinta-feira.
Rodriguinho foi titular do São Paulo contra o Athletico no lugar de Alisson, preservado por causa de desgaste físico. Apesar da assistência para o gol de Ferreira, o meio-campista deve voltar ao banco de reservas no domingo, contra o Internacional, às 20h30 (de Brasília), no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro.
Fonte: GE