Zubeldía desabafa contra a arbitragem: ‘Não protesto mais. Estou marcado’

O técnico Luis Zubeldía fez um desabafo contra a arbitragem depois da derrota do São Paulo por 2 a 0 para o Fluminense, neste domingo, no Rio de Janeiro, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Na entrevista coletiva, o argentino criticou o cartão amarelo dado a Rafinha, principalmente por causa da recente orientação de que somente os capitães devem falar com os árbitros em campo.

– Eu não protesto mais. Não vou. Estou marcado. Já disse. Lamentavelmente não posso ajudar meus jogadores nesse sentido. Concordo 100% com o Rafinha. Ele protesta, por mais que seja o capitão, e depois me custa uma mudança (Ferraresi entrou no lugar dele). Não é só o amarelo. Se deixo mais meio tempo, o expulsam. Não é só o equívoco do árbitro, que está claro que é um equívoco. Ele te condiciona com um amarelo para o capitão. Se o Rafinha não pode falar, quem pode falar? Ninguém pode falar. Há um autoritarismo dos árbitros – falou Zubeldía.

– Viram os que fizeram os do Internacional, que trocaram a faixa de capitão para falar com o árbitro? Eu não vi isso em nenhuma parte do mundo e entendo por que fizeram isso. Porque cada capitão era advertido. Aqui não respeitam nome, trajetória, contexto… Não respeitam nada. Que não respeitem a mim, que sou estrangeiro, treinador, tudo bem. Mas que não respeitam o Lucas, o Rafinha, os capitães das outras equipes… Isso deveria ser revisto. Devem ter mais humildade – completou. 

A reclamação de Rafinha que gerou o cartão amarelo é a mesma de Zubeldía, do lance do gol de Kauã Elias, depois de uma falta cobrada rapidamente pelo Fluminense.

– O capitão deveria falar porque havia confusão. Se o árbitro não apita como vai permitir que o Thiago toque com a mão. Depois voltou a ver as imagens. Se dá vantagem, dá de costas para as jogadas e Thiago coloca a mão. Foi ver ao VAR e não sei o que falta. Não apitou. Como cobrou a falta se estava de costas?

Zubeldía lamentou também que o time tenha desperdiçado chances fora de casa. Para ele, uma equipe que perde oportunidades como visitante dessa forma está mais longe da vitória.

– Para ganhar como visitante, as três ou quatro situações que criamos, temos que converter. A equipe tem feito bons jogos, mas sem dúvida falta contundência, e falo isso geral da equipe… Estão sendo mais contundentes os rivais do que nós. Precisamos ter calma. Em alguns momentos podemos recuperar porque temos jogadores com gols.

– Assim como em algum momento que não criávamos tantos, mas éramos contundentes com os gols. Tivemos o domínio da bola, territorial, somente faltou o gol. É injusto o resultado, mas falar de justiça no futebol não tem muito sentido. Creio que merecíamos o jogo passado e agora somar pontos. Isso estou certo – analiso o técnico.

Com esse tropeço, o São Paulo caiu uma posição na tabela de classificação do Brasileirão: agora é o sexto colocado, com 41 pontos, a nove do líder Botafogo.

– O primeiro tempo até os gols foi muito parelho. Creio que o gol foi uma jogada com virtude bárbara do atacante (Kauã Elias). Mas nós estávamos controlando parte do jogo, criamos uma situação com o William pela esquerda. Depois do gol tiveram dois ou três cruzamentos ou iniciativas mais por perdas nossas da bola do que construção deles – disse.

– No segundo temos nos vimos obrigados a mudar por causa dos cartões amarelos, por duelos individuais porque era uma questão lógica de que se fechariam e buscariam os contra-ataques – completou.

Fonte: GE