Arboleda diz que recuperação foi difícil: ‘Era dolorido ver de fora’
O que fazer quando você está impossibilitado de fazer o seu trabalho? Arboleda decidiu sofrer. Durante o período de afastamento pela grave lesão no tornozelo esquerdo, o zagueiro equatoriano dedicou parte do tempo para acompanhar o São Paulo, enquanto realizava trabalhos de recuperação dentro de casa.
Foi comum ver registros de Arboleda comemorando gols e vitória dos companheiros. A alegria demonstrada nos vídeos, entretanto, contrastava com o real sentimento do equatoriano, que desabafou sobre as principais dificuldades no período em conversa com o GE.
– Era muito dolorido, muito frustrante. Eu queria estar ali, queria estar ali nas comemorações. Eu poderia estar e viver aqueles momentos, mas futebol é assim: às vezes você tem que passar por essas coisas para conseguir grandes coisas. Estou 100% e espero não voltar a me machucar – comentou.
O zagueiro permaneceu quatro meses em tratamento intensivo para conseguir retornar o mais rápido possível para estar no Mundial do Catar. Deu certo, e Arboleda entrou na lista dos convocados para a competição, mas se despediu sem entrar em campo nas três partidas do Equador.
Durante o período de recuperação, Arboleda sofreu, segundo relatos do próprio defensor durante o papo exclusivo. Não era apenas a possibilidade de ausência no Mundial que incomodava, mas doía também ver o São Paulo na temporada e não poder ajudar.
– Foram muitas coisas difíceis, passaram muitas coisas nesse período, pois perdemos a final da Sul-Americana. Eu me lamentava, pensava que poderia ajudar se estivesse lá, era um sentimento de impotência, frustrante. Isso me marcava muito – lamentou.
– Não jogar pelo São Paulo era importante, é o time que amo e que gosto, e clube no qual quero deixar meu nome marcado. Estou bem, 100% e quero agradecer a todos os colaboradores do São Paulo, todos os meninos que trabalharam aqui e ficaram do meu lado neste tempo – acrescentou Arboleda.
Sobre os agradecimentos, Arboleda também tomou a mesma linha de discurso de Calleri, que defendeu o departamento médico do São Paulo em conversa exclusiva com o ge. O equatoriano também enxerga críticas injustas aos profissionais são-paulinos.
– Acho que, em uma parte, as críticas eram muito injustas. Não são eles que machucam os jogadores. Tem dia bom e ruim. A culpa não é do DM se o jogador se machucar, são coisas do futebol. O único que fazem é ajudar a gente na recuperação – declarou.
– É muito injusto falar que os caras não prestam, que não ajudam. Tive quase cinco meses com eles e sou muito agradecido pelo que fizeram por mim. É injusto que sejam cobrados por uma coisa que não tem nada a ver – finalizou Arboleda, que, enfim, começa a engatar uma sequência na temporada.
Além de ter atuado no jogo do último sábado contra o Botafogo, pela primeira rodada do Brasileirão, o equatoriano foi titular do São Paulo no duelo contra o Ituano, pela Copa do Brasil, e diante do Tigre, na Argentina, pela Copa Sul-Americana.
Fonte: GE