Carpini mantém tranquilidade após a derrota em Campinas
Thiago Carpini falou pela primeira vez como técnico do São Paulo depois de uma derrota. Na noite deste sábado, o São Paulo perdeu para a Ponte Preta por 2 a 0 no Moisés Lucarelli e viu a sua invencibilidade em 2024 cair. Em entrevista coletiva, Carpini reclamou do estádio campineiro:
– A derrota era inevitável em algum momento. Isso não muda em nada nossas convicções. Vejo uma equipe abaixo do que sempre foi, mas não desconcentrada. Tivemos competitividade. Talvez os erros técnicos eu levaria em consideração as condições do jogo, claridade, altura da grama, qualidade do gramado. É algo muito diferente do que temos no Morumbi. Requer um tempo para se adaptar – disse.
– Aqui, a bola prende. Além de alto, gramado estava seco. O grupo do São Paulo é bom, qualificado. Temos dificuldades, vamos enfrentá-las na caminhada. Mas não trabalhamos em cima de resultado, vamos extrair as coisas boas e fazer funcionar o que não fizemos, futebol tem variáveis e nem tudo a gente consegue controlar – completou.
Carpini, porém, já vira a página e prefere já pensar no jogo contra o Santos, quarta, em casa.
– Essa derrota não joga o São Paulo para baixo, estamos brigando pela liderança, chegamos na sexta rodada. A derrota não põe para baixo e os títulos não nos credencia a ser melhores. Vamos seguir na convicção não só de discurso, mas de trabalho. Falo com tranquilidade que o grupo é bom, forte. Já ficou para trás e temos uma semana no Morumbi. Temos um torcedor a mais com o Morumbi lotado, o São Paulo se torna mais forte. Aqui é página virada.
Na visão do treinador, o São Paulo teve condições de construir um resultado positivo, mas pecou nas finalizações. O treinador destacou também a finalização de Gabriel Risso no primeiro gol:
– Era um jogo controlado no primeiro tempo, não foi brilhante, mas não aconteceu muita coisa. Criamos uma ou duas chances no primeiro tempo e umas três ou quatro no segundo. Jogo é difícil aqui contra a Ponte. Acho que a dificuldade de adaptação. Não quero justificar. Gramado pesado, irregular. Atletas reclamaram da iluminação. São coisas que não conseguimos controlar, mas não foi por isso que perdemos. Tivemos cinco chances no jogo todo e quando estava 0 a 0 as chances reais foram do São Paulo.
– O lateral da Ponte foi muito feliz, dificilmente vai acertar de novo. Não estou dizendo que não tem qualidade, mas foi muito feliz. Não tinham feito nada até então na partida. Tivemos coisas positivas, mas a Ponte foi mais eficiente – resumiu.
Nascido em Campinas, Carpini atuou pelos dois clubes da cidade, mas tem uma ligação maior com o Guarani, clube em que iniciou sua trajetória como técnico. Provocado pela torcida, disse achar normal:
– Vejo isso de forma tranquila. Rivalidade saudável cabe. Em momento algum levo como ofensa. Estou mais preocupado com o São Paulo, com nossa caminhada. Já enfrentei a Ponte em diversas oportunidades. Estive aqui ano passado e a Ponte em Caxias. Não tem essa rivalidade. Hoje, foi São Paulo x Ponte Preta. Temos que avaliar o que não funcionou bem para a sequência do campeonato.
Veja mais trechos da coletiva:
Saídas de Rato e Galoppo
– No primeiro lance ou segundo, Galoppo sentiu incômodo, pediu para segurar depois de ameaçar sair. E o Rato mudou de lado e sentiu incômodo. Atleta fica receoso, não quer sair, mas talvez não queira entregar tudo.
O que deu errado
– Algumas situações não funcionaram para o jogo de hoje. Flutuariam ali como dois meias, Galoppo dividindo mais com Luciano para controlar o jogo e jogar no campo da Ponte Preta. Talvez tenha atrapalhado um pouco. Não vou criar situações. Tivemos as bolas do jogo, não fizemos. Ponte foi feliz nas pouquíssimas chances que teve. Seguimos nas nossas convicções. Ficou para trás o clássico e a invencibilidade, além do título da Supercopa e hoje, tudo ficou para trás. Vamos focar no Santos.
Lesões no mês de janeiro
– Natural ter desfalques e não é só o São Paulo que sofre com isso. Times com calendário, tendem a sofrer mais. São Paulo ainda teve a Supercopa, isso, sem dúvida, pesa o início. Temos que encaixar em 30 dias sete jogos já. Levando em consideração que temos um jogo a menos. São situações que precisam ser levadas em considerações. São Paulo é forte, vai fazer uma boa competição. Vai ganhar, vai perder, mas temos convicção.
Quebra da invencibilidade
– Não tem momento bom para perder, mas é inevitável. Todos se preparam para vencer, todos têm qualidades e erros e acertos. Se pudéssemos vencer a competição toda, seria importante, mas, às vezes, as derrotas fazem bem internamente para seguir ajustando, melhorando. Agora, é clássico contra o Santos, jogo difícil, contra um time que vem bem na competição. Foco, respeito, competitividade, tudo que temos dentro desse grupo.
Fonte: GE