Casares diz que rejeitou ofertas por joias da base, mas é difícil segurar

Em entrevista ao programa “Grande Círculo”, do SporTV, o presidente do São Paulo, Julio Casares, falou sobre o momento financeiro do clube, cujas dívidas já extrapolam os R$ 600 milhões.

Casares revelou que no começo do ano recebeu propostas por três joias da base, mas decidiu rejeitar para manter a espinha dorsal do time de Rogério Ceni. As vendas de jovens titulares foram um dos principais motivos de crítica de Ceni à gestão anterior na sua primeira passagem pelo clube em 2017.

“No final do ano, eu falei três atletas que nós não vendemos. Pegamos um déficit contábil, podíamos ter zerado o déficit vendendo, mas depois teríamos que sair contratando. E eram jogadores em desenvolvimento: Welintgon, Nestor e Sara. Infelizmente o Sara se machucou. O Rogério é um grande técnico e não tenha dúvida que tem as razões. Mas não vamos esquecer que trouxemos o Andrés Colorado… Porque não é que você vende no momento e traz um jogador naquele momento”, disse o presidente do clube.

“Por causa da janela você traz uma reposição antes. Veio o Andrés Colorado, André Anderson, que é um grande jogador, era um sonho do Rogério, estava na Lazio e o técnico não queria liberar. Só aqui já dei dois jogadores e claro que a gente vai estar atento ao mercado. Tem uma base, que ainda está sendo muito bem aproveitada e todo mundo tem razão. Se couber dentro do orçamento e dentro da condição, seja na base ou de fora, vamos fazer. Se for da base e o garoto tem uma proposta muito boa e ele imagina que quer ganhar o dobro, não vamos fazer. Ele vai embora porque nós não podemos assumir um custo maior do que a nossa condição financeira. E dinheiro assumido é palavra assumida”, finalizou Casares.

“O São Paulo na próxima janela, porque viemos da pandemia em que a janela foi muito conservadora, o mercado sentiu. Parece que agora está se recuperando. O mercado russo, da Ucrânia, que era bom, já não existe mais. A China já não existe mais. Aí você começa a reduzir. Claro que os clubes ainda dependem de venda de atletas, e não tenha dúvidas que no meio do ano havendo uma proposta o São Paulo terá que vender. E isso está claro, o Rogério sabe disso. O Marquinhos já é uma condição conhecida, ele não conseguia mais, não queria ficar, foi tentado de tudo. Até antes do jogo contra o Racing que ele arrebentou ele já não queria ficar e é uma questão contratual que ele tinha essa condição”, explicou.

Segundo o GE, a diretoria tricolor tinha como meta arrecadar R$ 142 milhões em vendas neste ano. Até aqui, já foram R$ 65,9 milhões.

Nesse montante, já estão incluídos as vendas de Helinho ao Red Bull Bragantino (R$ 24 milhões), Paulinho Boia ao Metalist (R$ 7 milhões), Tchê Tchê ao Botafogo (R$ 5 milhões), Jean ao Cerro Porteño (R$ 6,2 milhões), Marquinhos (R$ 16 milhões) e Volpi (R$ 7,7 milhões).

Para chegar nos mais de R$ 76 milhões restantes para atingir a meta, o clube do Morumbi provavelmente precisaria vender mais algumas de suas joias da base. Entre as mais bem avaliadas, estão Igor Gomes, Gabriel Sara (que está lesionado e talvez só volte no fim da temporada) e Rodrigo Nestor.

Outra forma do clube arrecadar seria com vendas indiretas. David Neres e Antony, por exemplo, ambas crias de Cotia, têm seus nomes especulados em transferências na janela europeia no meio do ano. Como é o clube formador, o São Paulo tem direito a um percentual de qualquer venda dos dois.

Fonte: ESPN