Casares revela déficit gigante e explica por que não vendeu joias do clube

Na última quarta-feira (16) o São Paulo venceu o Manaus-AM por 2 a 0, no Morumbi, avançou à terceira da fase da Copa do Brasil e embolsou mais R$ 1,5 milhão graças à classificação. E todo dinheiro é bem-vindo em um clube que vive momento financeiro complicado e, segundo o seu presidente, Julio Casares, apresentará um déficit de mais de R$ 100 milhões ao Conselho Deliberativo do Tricolor, referente ao balanço de 2021.

Em entrevista ao site GE, Casares revelou que o déficit que o São Paulo possui referente ao ano passado está na casa dos R$ 106,4 milhões. E de acordo com o dirigente, um dos motivos se deve ao fato de o clube não ter vendido algumas de suas joias reveladas nas categorias de base.

De acordo com o dirigente, em dezembro do ano passado, o clube teve propostas por dois atletas – que não tiveram o seus nomes revelados – que somariam 17 milhões de euros, que na cotação da época dariam R$ 107,27 milhões. Ou seja, cubririam o déficit em 2021. E Casares justificou o motivo de o São Paulo não ter fechado as vendas.

“Em dezembro, tínhamos propostas para dois atletas que somariam 17 milhões de euros. Esse déficit não apareceria. Apresentaríamos um superávit um pouco pequeno. Mas são dois atletas promissores, que vão ter valorização maior. Se vendo por esse valor, vou balizar as demais revelações para a próxima janela por um valor menor. Acreditamos na valorização do atleta. Estamos fazendo esse sacrifício para na próxima janela ter a necessidade da venda. Estamos deixando os atletas por duas, três temporadas cheias, para deixar um legado esportivo”, começou por dizer.

“Às vezes, as propostas chegam de centros esportivos que não são bons para o atleta. É importante que vá para um time da Europa, que dispute grandes competições, para cenários de maior penetração no mundo. Não que a liga americana não tenha qualidade, que a Ucrânia não tenha. Pensando nas finanças do São Paulo, fizemos um sacrifício. Poderia vender dois atletas por 17 milhões de euros e apresentar um superávit. Preferi apresentar o déficit e dar um salto importante em 2022, valorizando a base do São Paulo”, complementou.

Por último, o mandatário tranquilizou e garantiu que um resultado financeiro ainda deficitário já era esperado pela diretoria do São Paulo. Na sua visão, porém, num futuro próximo este cenário irá mudar.

“Vamos apresentar um déficit de R$ 106,4 milhões. O déficit anterior a esse batia em R$ 130 milhões. Há uma tendência de melhora. Nesse exercício, tivemos inúmeros compromissos que se refletem no balanço, rescisões de contratos, acordos judiciais, variações cambiais. Pagamos compromissos anteriores, dívidas de jogadores em curtíssimo prazo, processos que estavam na Fifa, em que o São Paulo poderia perder o direito de registro e até um possível rebaixamento. Esse pequeno estouro foi para que a gente conseguisse compor um elenco competitivo… Vamos perseguir o superávit, mas temos que dar esse passo, embutir em 2021 grandes transformações que dão uma perspectiva diferente para 2022 e 2023. A expectativa é em 2023 falar de um balanço já com grandes resultados”, disse.

“É um déficit inferior ao déficit anterior. Mas não queremos déficit: queremos superávit. Para chegar ao superávit, precisamos valorizar nossos ativos. Não posso vender o jogador por qualquer moeda”, prosseguiu.

“Já estava no planejamento, com todas as dificuldades do cenário econômico, de transação de atletas, um resultado ainda deficitário. Mas preferimos manter um time, um legado esportivo, com maior valorização dos nossos ativos, dos jovens”, finalizou.

Fonte: ESPN