Do gramado ao churrasco: Calleri é líder dentro e fora de campo

O protagonismo de Calleri no São Paulo vai além dos gols marcados. Artilheiro do time na temporada com 20 gols, o argentino assumiu também um papel de liderança no elenco.

Desde o fato de ter canal aberto com a diretoria, passando também pela liberdade para cobrar os companheiros e o acolhimento, especialmente com os estrangeiros recém-contratados.

Calleri é um dos jogadores com mais voz ativa no vestiário. Mesmo sem a faixa de capitão, atualmente com Diego Costa, o centroavante se apresenta como um líder do elenco em questões que ultrapassam as quatro linhas do gramado.

Um símbolo deste Calleri se encontra nas horas além do CT da Barra Funda. Na semana passada, o camisa 9 promoveu um churrasco na própria casa com o quarteto estrangeiro Bustos, Galoppo, Ferraresi e Gabriel Neves.

À vontade, com calção do clube e chinelos, colaborou para a adaptação dos três primeiros, atletas recém-chegados. Gabriel Neves, o outro convidado, recentemente recebeu homenagens públicas de Calleri, talvez uma das primeiras pessoas a parabenizar o uruguaio pelo 25º aniversário, no dia 11.

Nos casos de Bustos e Galoppo, inclusive, Calleri auxiliou no processo de contratação da dupla argentina.

Ele conversou com os dois compatriotas durante as negociações, incentivando Bustos e Galoppo a reforçarem o São Paulo. Houve sucesso em ambas as conversas, e agora o camisa 9 se coloca como um nome importante na adaptação dos dois jogadores.

A influência do argentino, entretanto, vai além do contato com os estrangeiros. Calleri é um elo com os atletas brasileiros.

O argentino tem linha aberta com os dirigentes do clube, assim como atletas ainda mais experientes como Reinaldo e Miranda. Nos vestiários, o centroavante também assume discursos e se mostra fundamental para a mudança de perfil do elenco são-paulino.

No frustrante empate com o Goiás, quando a vitória escapou nos acréscimos, Calleri cobrou Diego Costa, reforçando a importância de o capitão representar a equipe na entrevista pós-jogo, ainda no gramado.

Diante do Flamengo, na derrota pelo Brasileirão, ele foi um dos atletas a intervir em meio à discussão entre Pablo Maia e Galoppo. Calleri, com a bola nas mãos, afastou o compatriota e ajudou ao lado de Léo, Rodriguinho e Diego Costa.

Este tipo de comportamento contrasta com o Calleri de 2016. Pessoas que trabalham no clube destacam que o jogador, naquela época com 22 anos, tinha um perfil calado. Hoje, o centroavante fala, como gosta Rogério Ceni, e age como um líder.

Em meio a nomes fundamentais como os citados Miranda e Reinaldo, o artilheiro são-paulino também se destaca com palavras e atos. Desde broncas até o comando do churrasco, Calleri se consolida a cada dia mais como referência do São Paulo.

Fonte: GE