Drible e explosão pela esquerda: como joga o atacante Ferreira
O São Paulo anunciou mais um reforço para a temporada de 2024: o atacante Ferreira, do Grêmio.
Após novela que envolveu o interesse do Bahia e diversas condições impostas pelo Grêmio, o jogador topou os termos oferecidos para a conclusão da transferência. O Grêmio venderá os 35% de direitos econômicos que tem do jogador por cerca de 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 8 milhões).
Ferreira, ou Ferreirinha, é cria da base do Grêmio e pode jogar como atacante de drible e velocidade pelo lado esquerdo ou até como um ponta-de-lança mais centralizado. Ele é um meio-termo entre Lucas Moura e Luciano e tem com vantagem desempenhar bem a função de ponta velocista, um pedido de todos os treinadores do São Paulo nos últimos anos, como Hernán Crespo, Rogério Cein e Dorival Júnior.
Ferreira une a característica de velocidade e explosão com a bola com um grande potencial de driblar adversários. Ele teve uma média de 5,6 dribles tentados e 2,8 dribles certos no Brasileirão de 2023: quase metade dos dribles que tenta, consegue executar.
Além de tentar muito, Ferreira tem o costume de não ficar preso no ataque. Ele gosta de se movimentar por todo o setor esquerdo e buscar a bola lá da saída feita pelos zagueiros e volantes. Ao fazer esse movimento, ele abre o corredor para a passagem do lateral. No time de Dorival, Caio Paulista fazia esse papel e aproveitava o corredor deixado por Rodrigo Nestor.
Outra característica forte do reforço é executar bem o lado do campo. Não se trata apenas de ter velocidade ou driblar: o jogador em alto nível precisa voltar para recompor, dobrar com o lateral. É futebol profissional. Ferreira faz bem o lado e consegue dar botes e gerar roubadas de bola quando atua pelo lado do 4-2-3-1, esquema da equipe em 2023 e que o próximo treinador deve manter.
Sua chegada se dá justamente para jogar por ali. Afinal, Lucas Moura foi deslocado como meia e Luciano não consegue mais jogar assim, pois não tem mais essa explosão e fôlego para ir e voltar.
Outro ponto positivo em Ferreira é a capacidade de jogar de costas para o gol, tocando bola em tabelas curtas com os companheiros. Quando jogava, fazia sempre isso com Pepê, Nathan e Suárez, se movimentando por dentro e deixando os laterais soltos pelos corredores. Dorival via em Ferreira a capacidade de aprimorar esse jogo de costas de forma a dar mais inteligência nos toques. Ser mais um camisa 10, mesmo, algo que o próximo treinador deve desenvolver.
Ponta voluntarioso e driblador, Ferreira dá a velocidade que faltava no setor esquerdo. Como pontos a aprimorar, está o refino de sua visão de jogo e uma calma maior com a bola para driblar de modo mais assertivo.
Hoje ele chega para brigar na vaga de Rodrigo Nestor, que executa a função de falso-ponta na esquerda do 4-2-3-1 do São Paulo. Com ele de titular, dá para pensar:
- Num 4-3-3 com Ferreira, Calleri e Lucas Moura na frente
- Num 4-2-3-1 com Calleri na frente de Ferreira, Lucas Moura e Erick, reforço vindo do Ceará
Fonte: GE