Grandes reforços que não vingaram no SPFC: Pablo foi só mais um

A saída de Pablo, oficializada na sexta-feira (28) após assinatura da rescisão de contrato, só aumenta uma sina que tem acompanhado o São Paulo nos últimos anos quando o assunto é mercado de transferência.

Em busca de sua primeira vitória no Campeonato Paulista, neste domingo (30), contra o Ituano, o Tricolor não tem visto seus reforços mais caros corresponderem à alta expectativa de torcida e comissões técnicas nos últimos anos.

Pablo é só o exemplo mais recente. Comprado por R$ 26 milhões do Athletico-PR, o atacante chegou ao Morumbi com status de reforço mais caro da história do clube. Retribuiu com um título estadual e 32 gols em 121 jogos, em uma passagem marcada mais por falhas do que por sucesso.

Tanto é verdade que a rescisão foi o caminho escolhido pelas duas partes, mesmo com um contrato válido até o fim de 2023. Pablo agora está livre para retornar ao Athletico, onde brilhou na campanha do título da Copa Sul-Americana em 2018.

O camisa 9 não foi o único a passar por todos os estágios, dos bons aos ruins, no São Paulo. Aliás, recentemente, é mais difícil apontar quem tenha saído por cima após desembarcar com pompas no Morumbi. Talvez o caso mais mais positivo seja Paulo Henrique Ganso.

Embora não tenha correspondido à expectativa alta de quando chegou, após longa negociação com o Santos, o meia viveu lampejos no São Paulo, principalmente no segundo semestre de 2014 e no primeiro de 2016, e ainda rendeu dinheiro ao sair para o Sevilla. A operação foi fechada em 9,5 milhões de euros (R$ 34,4 milhões), dos quais o Tricolor embolsou R$ 16,3 milhões.

Relembre abaixo outros 5 reforços badalados que não vingaram no São Paulo como se esperava:

LÚCIO

O zagueiro pentacampeão do mundo pela seleção brasileira, em 2002, chegou como grande reforço do time de 2013, pós-título da Copa Sul-Americana. Desembarcou “de graça”, só com o custo do (alto) salário, para liderar o time que jogaria a Conmebol Libertadores. Só que Lúcio fez apenas 31 jogos e ficou marcado por dois episódios ruins.

O primeiro foi quando saiu de um jogo contra o Arsenal de Sarandí direto para o ônibus, em clara irritação por ter sido substituído pelo técnico Ney Franco, e o segundo ao ser expulso no primeiro tempo contra o Atlético-MG, nas oitavas da Libertadores, quando o São Paulo vencia por 1 a 0. O time tomou a virada depois.

Pouco depois, Lúcio foi afastado pela diretoria são-paulina, que rescindiu o contrato válido até o fim de 2014 e encerrou sua passagem em baixa. Ele atuou pelo rival Palmeiras assim que deixou o São Paulo.

LUCAS PRATTO

Grande reforço da primeira passagem de Rogério Ceni pelo Morumbi. Foi comprado do Atlético-MG para comandar o ataque em 2017, um sinal de ambição do time que havia brigado contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro anterior.

Estreou com gol contra o Mirassol e teve um início bastante positivo no Morumbi, mas caiu demais de produção ao longo da temporada, a ponto de viver um jejum de gols na época mais tensa do ano, na luta para permanecer na primeira divisão.

Após apenas 14 gols em 48 jogos, Pratto se reapresentou em 2018 e nem fez pré-temporada. O argentino alegou motivos particulares e pediu para o São Paulo aceitar uma proposta do River Plate, no valor de 11,5 milhões de euros (R$ 44,4 milhões), e encerrou a passagem pelo clube. Apesar de deixar dinheiro em caixa, não dá para dizer que Pratto fez sucesso no Morumbi.

JUCILEI

Chegou quase junto com Pratto, por empréstimo, e foi contratado em definitivo por 1,4 milhão de dólares (aproximadamente R$ 4,6 milhões), pagos ao Shandong Luneng, da China. Assinou contrato por quatro anos, até o fim de 2021.

Só que, se teve bom desempenho enquanto estava emprestado, o volante caiu de produção a partir da virada de 2017 para 2018. Foi titular ainda, com Dorival Júnior e Diego Aguirre, mas perdeu a posição definitivamente em 2019, após a eliminação na fase prévia da Libertadores.

Chegou a ficar meses sem atuar, até ser resgatado por Cuca em plena final do Paulistão e depois por Fernando Diniz, para quatro jogos na reta final do Brasileiro. Dono de um salário alto, Jucilei foi afastado do elenco depois e fez acordo para rescindir em fevereiro de 2020.

EVERTON

Também em 2018 apareceu outra “solução” anunciada pelo São Paulo: Everton, meia-atacante de 29 anos, que estava no Flamengo e foi contratado por R$ 15 milhões, valor da multa rescisória com o time carioca.

De cara, virou peça fundamental do time que alcançou a liderança do Brasileirão. Formou um trio entrosado com Nene e Diego Souza, na equipe dirigida por Diego Aguirre. Mas, após a primeira lesão e a queda brusca do time na tabela, jamais foi o mesmo.

Everton continuou no elenco em 2019, já longe de ser titular, e até meados de 2020, quando acabou trocado com o Grêmio por Luciano, atacante que caiu nas graças da torcida são-paulina. Hoje, tenta retomar a carreira, prejudicada por muitas lesões, no Cuiabá.

DANIEL ALVES

Como Lúcio, chegou ao Morumbi como atleta livre, portanto sem pagamento de transferência a nenhum clube. Mas isso não impediu o São Paulo de fazer, em termos financeiros, um de seus piores negócios em todos os tempos.

Daniel Alves tinha salários na casa de R$ 1,5 milhão, entre luvas e vencimentos mensais. O valor seria dividido com empresas parceiras, como dito pelos dirigentes na chegada do astro ao clube. Só que, em parte pela pandemia e em parte por culpa do planejamento equivocado, tais parceiros nunca chegaram.

Assim, o Tricolor teve que arcar sozinho com os salários do lateral, mas, pela falta de recursos, só viu a dívida se acumular a ponto de ficar insustentável em meados do ano passado.

Daniel Alves entrou em acordo para rescindir o contrato, que iria até dezembro de 2022, em troca de pagamento de parcelas mensais de R$ 400 mil pelos próximos cinco anos, mesmo sem jogador do clube. Hoje ele atua no Barcelona por um salário simbólico, enquanto recebe a dívida so São Paulo.

Tudo isso por poucos resultados práticos em campo. Com Daniel Alves, o São Paulo chegou a liderar o Brasileirão de 2020, mas caiu demais na reta final, após a troca da diretoria. Foi campeão paulista, mas o camisa 10 mal atuou na reta decisiva por estar machucado.

Fonte: ESPN