Zubeldía evita lamentar lesões e mira sequência: ‘São quatro finais’
O São Paulo respirou no Campeonato Brasileiro. Na noite deste sábado, o Tricolor superou o Grêmio de virada por 2 a 1, no Morumbis, e subiu sete posições na tabela do Brasileirão, agora figurando na metade de cima da classificação.
A evolução na tabela veio em uma noite que começou preocupante com a lesão de Marcos Antônio antes dos 15 minutos, mas finalizada com uma virada na qual o time se sobressaiu diante do adversário, como valorizou o técnico Luis Zubeldía.
– Se olhar os números frios, acho que tivemos 20 finalizações, quatro chances claras, contra três deles. Não sei se eles estão mal ou se nós estamos muito bem, mas pode ter sido um mix das duas situações. Mas é difícil nesse futebol que haja tanta diferença na estatística – declarou Zubeldía.
O treinador sabe que tem pouco tempo para aproveitar a vitória, já que na terça-feira, às 21h30 (de Brasília), o Tricolor encara o Náutico, fora de casa, pela terceira fase da Copa do Brasil. Ao vencer o jogo de ida por 2 a 1, o São Paulo joga pelo empate para se classificar.
A projeção é clara: quatro finais. Além do duelo contra o Náutico, o objetivo é subir ainda mais na tabela e se fixar entre os primeiros colocados antes da pausa para a Copa do Mundo de Clubes.
O São Paulo ainda neste período encara o Talleres pela Conmebol Libertadores, em casa, já classificado para as oitavas de final.
– São quatro finais. Se não, tudo o que está falando, de superar momentos difíceis, não serve de nada. Temos de começar a ganhar como visitante, como hoje. Terminamos sofrendo aqui – disse.
– Vamos trabalhar para ter a maior quantidade de pontos até a pausa – concluiu o treinador.
O treinador ainda comentou a perda de mais um jogador machucado. Neste sábado, antes dos 10 minutos, Marcos Antônio deixou a partida com dores no músculo posterior da coxa esquerda e precisou ser substituído.
– Estamos no baile e temos que bailar. Não quero falar mais de lesionados, de elenco ser curto, largo… Temos de estar muito focados nos jogos antes da pausa. São, se não me engano, três do Brasileirão, um da Copa do Brasil e um da Libertadores. Estamos focados nisso – assegurou.
– No momento, estamos competindo. Poderíamos ter mais pontos, mas não aconteceu isso. De todo modo, estamos bem na Libertadores, classificados, tentando a primeira posição. No Brasileirão estamos bem. Tentando mais duas ou três vitórias. E Copa do Brasil tomara que possamos passar de fase – finalizou, exaltando o ano do São Paulo mesmo diante das dificuldades.
Outras respostas de Zubeldía
Entrada de Lucca
– Sobre a alteração no intervalo, a planificação pontualmente do jogo estava orientada para que tanto Marcos quanto Alisson e Oscar de uma característica de jogo associado movimentando-se, encontrando espaços, estava planificado para isso. Isso era importante para nós. Quando acontece o que você falou (Marcos lesionado), nós colocamos o Pablo, mas acho que a melhor opção natural era abaixar o Oscar. Por isso, corrijo no intervalo.
– O Oscar na esquerda era com dois jogadores mais defensivos atrás, Alisson e Marcos. Com o Pablo mais fixo, um volante de boa iniciação, mas mais fixo, não era o melhor para o curto espaço que eles teriam. Ao ter um cartão amarelo, praticamente os indícios de jogo mostram que tinha de trocar. Não gosto de tirar jogadores no intervalo, mas acho que era o melhor para o segundo tempo.
Pênaltis
– Eu gosto que os pênaltis batam o centroavante, ou, neste caso, um meia-atacante. Ou o executor da bola parada. O especialista, nesse caso, o Oscar. O atacante, ou um atacante que tem gol, ou o Lucas Moura. Ou o 10. Sempre gostei disso. Então, a responsabilidade era primeiro do André, depois do Oscar ou do Luciano para bater. Mas hoje o Luciano eu não considerava tanto porque o goleiro conhece ele. Então, não queria muito essa situação. Mas qualquer dos três poderia chutar. Quando ele não está, a solução foi Ferreira.
Como amenizar o impacto das lesões
– Às vezes, no momento de dificuldade surgem soluções, situações boas. Tem de olhar o lado positivo de qualquer situação adversa. Tem de sentar-se, analisar, ver opções, trabalhar. Mas sempre penso isso. Acho que em situações adversas tem de sentar-se, ver as possibilidades e uma vez que tenhamos claros os diagnósticos.
Evolução na tabela e objetivos
– A situação que se vive aqui a tabela de posição é todo mundo muito perto, então acontecem essas situações, como disse você. Em um tempo está perdendo, aí vira e está em nono. É uma maratona. Sempre falo o mesmo. Para não pensar mais distante, sempre penso em sucursais pequenas. Objetivos curtos. Ganhar um jogo, depois ganhar outro jogo contra o Mirassol, depois ir a visitante… Creio que é o melhor.
– Hoje sabíamos como estávamos jogando. Apesar do gol, de uma lesão no primeiro tempo. sempre tive a sensação de que viraríamos o resultado. Por que? Não sei. Sensação de treinador.
Poucas vitórias no Brasileirão na comparação com Libertadores
– Acho que no Brasil há 12, 14 times que podem chegar tranquilamente às quartas, semifinais da Libertadores. Então, a dificuldade está aí. Está que você tem um campeonato interno, o Brasileirão, onde a competência dos times às vezes é maior do que de muitos times da Libertadores. Isso faz com que seja muito mais complicado poder ganhar dos times no Brasileirão.
Lucca
– Isso é a primeira divisão. Me recordo quando falei, creio que no Paulista, ou por aí, numa coletiva: não é o mesmo que te marque um jogador de primeira divisão ou um marcador de sub-20. Creio que foi para um exemplo do Maik. É o mesmo. Ao Lucca, como já analisaram, como a Lucas Ferreira também… Em Lucas Ferreira colocam uma dupla marcação. Já não encontra o mesmo espaço de quando era uma surpresa, mas ainda se livra porque tem qualidade.
– No caso de Lucca… vai ter uma disputa em cima, um golpe abaixo. E o jogador juvenil vai aprendendo essa situação. Estamos num processo um pouco mais acelerado, porque está tendo mais minutos do que se imaginava para ele também. Vai ter que aprender de maneira rápida para se consolidar como profissional. Até agora, os jogadores estão dando um bom suporte ara que eles possam trabalhar da melhor maneira e confiança. eles precisam continuar com os pés no chão.
Ambiente
– Temos profissionais caso qualquer de nós necessitemos. Sempre há à disposição. Hoje, antes do jogo, no aquecimento estava pensando que a grande virtude que tem o São Paulo é a qualidade humana. A qualidade humana. Pessoas muito boas. Falo das pessoas que trabalham no CT. Todos. Todos estamos com todos e nos protegemos. Estamos atentos se temos problemas… Do presidente, passando por Carlos, Milton, Rui, toda a gente da cozinha, assessoria de imprensa, roupeiros… é uma família.
– E isso é muito importante para todos nós. Porque se alguém tem algum problema, de falta de confiança, alguém de todos nós está por perto. E vamos estar dispostos a ajudar. A qualidade humana que encontrei no São Paulo, num mundo como o do Brasileirão, muito individualista, onde se troca de treinador rápido, no São Paulo eu encontrei todo o oposto. Encontrei todo o oposto. Gente que está disposta a ajudar.
– Pontualmente no caso dos jovens, tem muita gente. Muita, muita pessoa para poder estar com o jogador. Por mais que haja um profissional, não se pode mudar. Tem coisas biológicas, cronológicas. Jovens tem de passar por diferentes situações, por uma simples razão: ser jovens. Como jovens tem de aprender. Tem coisas que tem de viver. E aí vai se dar conta do que tem de fazer. Mas graças a Deus estamos num clube que é uma família.
Fonte: GE