5 questões que SPFC precisa responder após vexame na Sul-Americana

No último sábado (1), o São Paulo foi derrotado por 2 a 0 pelo Independiente Del Valle (EQU), no Estadio Mario Alberto Kempes, em Córdoba (ARG), e ficou com o vice-campeonato da Copa Sul-Americana. Após a derrota, o técnico Rogério Ceni apontou o próximo objetivo do time na temporada, fazendo alerta e crítica sobre o que pode acontecer no futuro.

“Temos 10 jogos do Brasileiro, embora não haja possibilidade de título, temos que tentar fazer o máximo de pontos possíveis, o clube tem que tentar fazer o máximo de pontos possíveis para tentar uma vaga em pré-Libertadores”, afirmou, na entrevista coletiva.

“Caso contrário, começa 2023 como 2022, um ano que, por mais que você tenha chegado a final de Paulista e Sul-Americana, embora bom financeiramente para o clube, é um ano que não conseguimos progredir”, avaliou.

As declarações de Ceni levantam uma série de questões que o São Paulo precisará responder ainda para esta temporada, mas também para a próxima. E o ESPN.com.br lista abaixo as 5 principais:

  1. Ceni fica ou sai?

Com contrato renovado até dezembro de 2023, o técnico do São Paulo deixou em aberto a sua permanência à frente do clube.

“Eu acho que hoje era um dia muito importante na história do clube, poderíamos ter mudado essa década. De luta, mas também sofrimento, por não ter conquista. Lamentamos pelo torcedor que viajou, teve dificuldades, compareceu em um número muito legal”, disse.

“Sai chateado, tem a volta para fazer, isso é o que mais dói. Caras gastaram, torceram e não viram São Paulo ser campeão. (Sobre seguir ou não) Isso vamos analisar nos próximos dias, jogar o próximo jogo do Brasileiro. Vamos analisar com calma”, completou.

A permanência ou não do ídolo da torcida são-paulina, multicampeão enquanto jogador do clube, é um dos pontos-chave para o clube visando a próxima temporada, uma vez que os treinadores, como em qualquer outra equipe, são os pilares dos projetos definidos desde o início de um ano, visando metas esportivas, contratações, entre outros temas de suma importância.

  1. Qual será a briga no Brasileirão?

Com 37 pontos na tabela, o São Paulo ocupa atualmente o 13° lugar, e está a 10 pontos do Athletico-PR, que abre o G-6, posição que daria direito à disputa da pré-Conmebol Libertadores. É possível também que haja uma ampliação, podendo virar até um G-8, o que encurtaria as distâncias, já que o América-MG é o 8° colocado com 42.

Por outro lado, a distância para a zona de rebaixamento também não é tão grande: 7 pontos separam os tricolores do Cuiabá, que abre o Z-4 do Brasileiro.

Restando 10 rodadas para o São Paulo, que ainda tem 28 jogos disputados, o clube precisará definir qual será a sua briga até o final: vaga na pré-Libertadores ou lutar contra o rebaixamento. Obviamente, a primeira opção ajudaria – e muito – o clube a começar um 2023 com mais esperanças.

  1. O que será de 2023?

Pensando no próximo ano, o São Paulo também terá que responder a algumas perguntas: vai se reforçar? Se ficar fora da Libertadores terá condições de se reforçar pesadamente? E se conseguir a tão sonhada classificação, agora colocada como prioridade número um por Ceni, fará o mesmo?

Estes questionamentos também vão ao encontro ao que vem sendo falado por Ceni desde o seu retorno ao comando do clube, no fim do ano passado. Seja nos bastidores ou publicamente, o técnico sempre fez questão de pedir reforços para que pudesse dar continuidade ao seu trabalho. Recebeu alguns, mas ficou sem, por exemplo, atacantes de velocidade, que eram prioridade na janela.

  1. Reformular ou não o elenco?

Do elenco atual, muitos jogadores estão com o contrato por terminar. São os casos de Reinaldo, Miranda, Rafinha e Eder. Até o momento, o clube não possuiu nenhum reforço engatilhado, e caso fique de fora da Libertadores, a tendência é que o orçamento não permita grandes investimentos para o próximo ano.

O São Paulo também precisará definir o que fará com alguns dos demais jogadores de seu elenco, e que ainda têm contrato longo e podem fazer parte de uma reformulação forçada. As saídas e chegadas serão fundamentais para o clube dar início ao seu planejamento, visando um 2023 com conquistas, algo que não foi possível na atual temporada.

As categorias de base também têm servido como uma “salvação” para o clube, uma vez que alguns dos pilares do time atual vieram de lá. É preciso saber se mais meninos de Cotia serão aproveitados para o próximo ano.

  1. E como ficam as finanças?

Pelo balanço aprovado pelos sócios para 2022, o São Paulo vislumbrava chegar às finais do Paulistão e da Sul-Americana, ir até as quartas da Copa do Brasil e chegar pelo menos em sexto lugar no Campeonato Brasileiro. Todas, com exceção da Série A, foram alcançadas até aqui.

As vendas de jogadores, além das cifras arrecadadas por conta do mecanismo de solidariedade da Fifa, como são os casos de Diego Carlos, Antony, David Neres e Casemiro, que trouxeram R$ 111,8 milhões “inesperados” para os cofres do clubes, também foram importantes para as finanças.

Além, claro, das vendas feitas pelo clube para o exterior, entre elas às de Gabriel Sara e Marquinhos para Norwich City e Arsenal, respectivamente, que também trouxeram um alívio financeiro.

Mas e esportivamente? Sem dúvida, uma das necessidades do clube será equilibrar o desempenho positivo nas finanças com um bom desempenho nos resultados dentro de campo, ou seja, conquistar títulos.

O desempenho esportivo do clube será de total importância para o clube voltar a ser competitivo, já que o seu único título em dez anos foi o Paulistão de 2021, ou seja, com um 2022 sem taças. Internacionalmente, o São Paulo não é campeão desde 2012, quando ganhou a Copa Sul-Americana. E a equipe, por sua vez, sempre foi conhecida pelo seu bom desempenho em competições internacionalmente.

Fonte: ESPN