Pressão no gol do SPFC é grande, mas Felipe Alvez diz não se abalar

Felipe Alves foi contratado pelo São Paulo em caráter emergencial. No momento em que Jandrei teve uma fratura nas costas, Thiago Couto foi acionado, mas não deu conta do recado. O jogador de 34 anos, então, foi a solução naquele momento.

No dia 29 de julho (uma sexta-feira), ele foi anunciado por empréstimo de um ano, treinou no sábado e já estreou como titular no domingo, contra o Athletico-PR, pelo Campeonato Brasileiro. O goleiro, porém, tratou tudo com muita naturalidade, como se nada tivesse mudado em sua vida.

– Não me pegou de surpresa porque eu estou nessa luta do futebol há 20 anos, desde os meus 14 anos, e a gente trabalha todo tempo para estar em grandes clubes, estar vivenciando momentos como esse, então me preparei muito para esse momento. Quando você chega da maneira que eu cheguei você pode não agradar a todos – afirmou Felipe Alves, em entrevista ao GE.

– Vim porque sou um cara que trabalho para caramba, me dedico muito e com humildade tem sido uma honra vestir essa camisa. Pode ter certeza que vontade da minha parte não vai faltar nunca. Procuro trabalhar todos os dias, melhorar, evoluir, conhecer cada vez mais os companheiros, facilitar a saída de bola, que o Rogério gosta. Nada é por acaso. Sei dos meus limites, que vou errar, vou acertar e vou ter a compreensão de todos quando isso acontecer. Mas estamos no São Paulo, e quando se está aqui a cobrança é lá em cima. Temos que saber isso – acrescentou.

E Felipe Alves parece realmente entender a cobrança que há no clube, principalmente quando o assunto é o gol. Depois da aposentadoria de Rogério Ceni, no fim de 2015, o São Paulo tem dificuldades para encontrar um substituto que tenha sequência.

Nos últimos anos nomes como Denis, Sidão e Tiago Volpi conviveram com as duras críticas da torcida e saíram sem deixar saudade. Felipe Alves chegou ao Tricolor ciente dessa pressão, mas tenta usar isso a seu favor.

– É uma pressão que te dá um certo prazer, você tem que se sentir pressionado de alguma forma para trabalhar com o seu melhor. Se você não tiver pressão você faz as coisas de qualquer jeito. Ai você vira um “bom relaxado” e isso para o futebol não serve. Eu procuro manter o máximo de concentração do começo ao fim do jogo. Procuro ter uma postura tranquila, para passar confiança para o time. Pressão é o tempo todo – comentou.

A rotatividade de goleiros na meta do Tricolor, segundo Felipe Alves, acontece justamente pela necessidade que se criou de ter um substituto de Rogério Ceni. O ídolo são-paulino, porém, foi um dos maiores vencedores da história do clube, com mais de 1200 jogos disputados.

– Tem coisas na vida que não são substituíveis, o Rogério Ceni não vai ser substituído. As pessoas tem que entender o limite de cada um, respeitar o momento de cada um e entender que independentemente de quem estiver ali vai estar fazendo o melhor para o clube. E é assim que funciona. Você tem que ter o respeito e confiança na pessoa. O Rogério foi o Rogério, Volpi é o Volpi, Sidão é o Sidão, Jandrei está sendo o Jandrei… Isso tem que ser mais respeitado pelo torcedor, pela falta de paciência, e pelos críticos – disse.

Aos poucos, Felipe Alves vai conquistando seu espaço no São Paulo e tenta dar fim ao retrospecto recente de goleiros que saem do clube sob críticas. Nos dois últimos jogos da equipe ele foi titular e com apresentações regulares.

Na última quinta-feira, ele defendeu a meta do Tricolor nas cobranças de pênalti da semifinal da Copa Sul-Americana, diante do Atlético-GO, mas não precisou trabalhar muito. Isso porque as duas cobranças erradas do time adversário foram para fora da meta.

A obsessão no ano, porém, é a conquista da Sul-Americana, que será decidida no dia 1º de outubro, contra o Independiente Del Valle, do Equador, em jogo único em Córdoba, na Argentina. É a chance de o goleiro coroar de vez seu momento

– Hoje estar vestindo a camisa do São Paulo para mim é um sonho. Espero ser muito feliz como já estou sendo aqui. Espero poder conquistar esse título e tudo isso que falei, faz parte de um amadurecimento, parte de uma sequência de jogos que vamos errando, melhorando, reconhecendo os limites. Eu sou ser-humano. Uma hora vou errar, muitas outras vou acertar e isso faz parte da profissão – finalizou.

Pelo Tricolor, Felipe Alves já soma sete partidas.

Fonte: GE